Quando os gregos representavam os deuses ou personagens defuntos, desaparecidos no Hades, tentavam fazer ver o invisível. Essa operação pode explicar o paradoxo da imagem: oferecer à vista um objecto que não está lá, inscrever a ausência do representado na presença daquilo que o representa.
A figuração humana dos deuses, a representação dos mortos marcam a passagem, na Grécia, do símbolo e do duplo à imagem. o símbolo religioso pressupõe que o sobrenatural surja na natureza para aí aparecer sob a forma de realidades duplas, das quais uma face se deixa ver, enquanto a outra permanece voltada para o invisível.
A imagem não é uma aparição: é uma simples aparência. em face dos pares natural-sobrenatural, visível-invisível, a imagem institui uma dimensão nova, um outro domínio: o ilusório, o fictício, aquilo a que hoje chamamos arte.
Detalhes do Produto
- ISBN: 9789726951759
- Ano de edição: 01-1993
- Editor: Editorial Teorema
- Idioma: Português
- Dimensões: 170 x 235 x 16 mm
- Encadernação: Capa mole
- Páginas: 192
- Tipo de Produto: Livro
Figuras, ídolos, máscaras - Jean-Pierre Vernant
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